Prepare-se para 2014. Segundo indicadores do mercado, por pior que
2013 tenha sido para a segurança na Internet, 2014 será pior. Bem pior.
Quem afirma é Steve Wexler, jornalista especializado em tecnologia
corporativa.
Num relatório liberado em meados de dezembro,
Wexler compilou as previsões de diferentes empresas de segurança e
consultorias de TI e todas concordam pelo menos num ponto: 2014 terá
muito mais riscos para a segurança do que o ano que passou.
Claro que a mudança do cenário da TI corporativa, embora benéfica,
abre oportunidades para esse aumento dos riscos. Segundo a IDC, 70% dos CIOs irão aumentar a sua dependência em relação à nuvem.
As soluções baseadas em cloud irão reduzir os custos e aumentar a
flexibilidade das companhias, mas também aumentarão as vulnerabilidades
na segurança. "No entanto, até 2015, 60% dos orçamentos de segurança dos
CIOs terão de 30% a 40% menos verba para financiar riscos de ameaças à
empresa", adverte Wexler.
A fornecedora de antivírus Trend Micro aponta, num relatório
divulgado no início de dezembro e citado no estudo de Wexler, que prevê
"risco potencial de uma falha grave por mês" em 2014, segundo Raimund
Genes, CTO da empresa. "Vemos a sofisticação das ameaças expandindo em
um ritmo rápido", advertiu Genes. "Desde vulnerabilidades bancárias
móveis e ataques direcionados, a crescentes preocupações com a
privacidade. O ano de 2014 promete ser promissor para o cibercrime".
A Trend Micro prevê uma série de ameaças crescentes para o novo ano.
Isso inclui mais de 3 milhões de aplicativos mal-intencionados ou de
alto risco para Android, mais ataques man-in-the-middle (com
interferência humana) ligados às atividades bancárias móveis e os riscos
com o fim do suporte - e as atualizações de segurança - para o ainda em
uso sistema operacional Windows XP.
O relatório da Trend Micro também foca na preocupação com a Internet
das Coisas, a qual "promete ser o fator de mudança na tecnologia pessoal
nos próximos anos. Com a realidade aumentada entregue por meio da
tecnologia 'wearable', incluindo relógios e óculos, a possibilidade do
crime cibernético em larga escala a partir do roubo de identidade em
2020 é muito real, a medida que tal tecnologia continuará a crescer a
partir de 2014 e depois."
Até mesmo o medo da falta de segurança pode piorar as coisas. Um relatório da Gartner divulgado em novembro
informou que os CIOs e CISOs, com medo crescente dos riscos da
segurança, estão se afastando das práticas de gestão de risco
corporativo e da segurança da informação baseada na antecipação do risco
para assumir um ataque apenas técnico aos riscos de segurança. Embora
aumentar a segurança tecnicamente seja importante, tomar as decisões de
prevenção baseadas em estudo de dados é muito mais estratégico.
É o chamado "efeito FUD" (fear, uncertainty and doubt, ou
medo, incerteza e dúvida) que, de acordo com o Gartner, "leva à tomada
de decisão reacionária e altamente emocional". Não é uma boa maneira de
tomar decisões empresariais.
A boa notícia: as empresas estão investindo mais em tecnologia de
segurança. Wexler prevê um aumento de 4% em 2014, e aumentos maiores que
este nos anos seguintes. Não surpreendentemente, o governo dos EUA -
tão hábil em espionar outros - deverá aumentar seu próprio orçamento de
segurança digital de 5,9 para 6,1 bilhões de dólares no próximo ano - e
para até 7,3 bilhões de dólares até 2017.
Fonte: IDG Now
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